terça-feira, 22 de junho de 2010

Inscrições abertas para o ENEM

Atenção: inscrições abertas para o ENEM...

Entrem no site!!
Bj

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Conhecendo a UFRJ

http://www.pr5.ufrj.br/conhecendo/
Atenção 3001 estamos escritos dia 20 de agosto, sexta-feira!!
bj

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Interpretação de textos- Dica de texto para prova


O pensamento ecológico: da Ecologia Natural ao Ecologismo

Para entender o desenvolvimento do pensamento ecológico e a maneira como ele

chegou ao seu atual nível de abrangência, é necessário partir da constatação de que o campo

da Ecologia não é um bloco homogêneo e compacto de pensamento. Não é homogêneo

porque nele vamos encontrar os mais variados pontos de vista e posições políticas, e não é

compacto porque em seu interior existem diferentes áreas de pensamento, dotadas de certa

autonomia e voltadas para objetos e preocupações específicas. Podemos dizer que, a grosso

modo, existem no atual quadro do pensamento ecológico pelo menos quatro grandes áreas,

que poderíamos denominar Ecologia Natural, Ecologia Social, Conservacionismo e

Ecologismo. As duas primeiras de caráter mais teórico-científico e as duas últimas voltadas

para objetivos mais práticos de atuação social. Essas áreas, cuja existência distinta nem

sempre é percebida com suficiente clareza, foram surgindo de maneira informal na medida em

que a reflexão ecológica se desenvolvia historicamente, expandindo seu campo de alcance.

A Ecologia Natural, que foi a primeira a surgir, é a área do pensamento ecológico que

se dedica a estudar o funcionamento dos sistemas naturais (florestas, oceanos etc.),

procurando entender as leis que regem a dinâmica de vida da natureza. Para estudar essa

dinâmica de vida da natureza, a Ecologia Natural, apesar de estar ligada principalmente ao

campo da Biologia, se vale de elementos de várias ciências como a Química, a Física, a

Geologia etc. A Ecologia Social, por outro lado, nasceu a partir do momento em que a reflexão

ecológica deixou de se ocupar do estudo do mundo natural para abarcar também os múltiplos

aspectos da relação entre os homens e o meio ambiente, especialmente a forma pela qual a

ação humana costuma incidir destrutivamente sobre a natureza. Essa área do pensamento

ecológico, portanto, se aproxima mais intimamente do campo das ciências sociais e humanas.

A terceira grande área do pensamento ecológico - o Conservacionismo - nasceu justamente

da percepção da destrutividade ambiental da ação humana. Ela é de natureza mais prática e

engloba o conjunto das idéias e estratégias da ação voltadas para a luta a favor da

conservação da natureza e da preservação dos recursos naturais. Esse tipo de preocupação

deu origem aos inúmeros grupos e entidades que formam o amplo movimento existente hoje

em dia em defesa do ambiente natural. Por fim, temos o fenômeno ainda recente, mas cada

vez mais importante, do surgimento de uma nova era do pensamento ecológico, denominada

Ecologismo, que vem se constituindo como um projeto político de transformação social,

calcado em princípios ecológicos e no ideal de uma sociedade não opressiva e comunitária.

A idéia central do Ecologismo é de que a resolução da atual crise ecológica não poderá ser

concretizada apenas com medidas parciais de conservação ambiental, mas sim através de

uma ampla mudança na economia, na cultura e na própria maneira de os homens se

relacionarem entre si e com a natureza. Essas idéias têm sido defendidas em alguns países

pelos chamados "Partidos Verdes", cujo crescimento eleitoral, especialmente na Alemanha

e na França, tem sido notável.

Pelo que foi dito acima, podemos perceber que dificilmente uma outra palavra terá

uma expansão tão grande no seu uso social quanto a palavra Ecologia. Em pouco mais de um

século, ela saiu do campo restrito da Biologia, penetrou no espaço das ciências sociais,

passou a denominar um amplo movimento social organizado em torno da questão da proteção

ambiental e chegou, por fim, a ser usada para designar toda uma nova corrente política. A

rapidez dessa evolução gerou uma razoável confusão aos olhos do grande público, que vê

discursos de natureza bastante diversa serem formulados em nome da mesma palavra

Ecologia. Que relação pode haver, por exemplo, entre um deputado "verde" na Alemanha,

propondo coisas como a liberação sexual e a democratização dos meios de comunicação, e

um conservador biólogo americano que se dedica a escrever um trabalho sobre o papel das

bactérias na fixação do nitrogênio? Tanto um como o outro, entretanto, se dizem inseridos

no campo da Ecologia. A chave para não nos confundirmos diante desse fato está justamente

na percepção do amplo universo em que se movimenta o uso da palavra Ecologia.

(LAGO, Antonio & PÁDUA, José Augusto, O que é Ecologia, 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 1989)

os.