domingo, 29 de agosto de 2010
Respostas
Exercícios, vozes do verbo e orações!!! Reposição de aula!
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
AMOR PELOS AUNOS
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/1901/1/O-Valor-Do-Afeto-Na-Relacao-Professor-aluno/pagina1.html#ixzz0wPapmVFT
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Poesias
Retrato
"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
O último poema
Manuel Bandeira
Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso.
Clarice LispectorEspecial para 702 do alfa... beijos adoro vcs!!!
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Guia para uma redação nota 10
Da criatividade à boa argumentação, tudo que não pode faltar num texto
Como fazer um bom título? Há regra para argumentar com consistência? O que fazer quando se tem dúvidas gramaticais? Em grande parte dos vestibulares, a redação é parte importante da nota final obtida no exame. Por essa razão, mesmo quem gosta de escrever pode se sentir inseguro na hora de passar suas idéias para o papel. Embora não exista fórmula do texto perfeito, algumas dicas podem ser valiosas para ajudar tanto os vestibulandos a se dar bem nesta avaliação, quanto aqueles que precisam se aperfeiçoar.
O professor aposentado da UNESP (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), autor do livro "Redação no vestibular da Unesp: a dissertação", Rogério Chociay, acredita que antes de mais nada, usar a criatividade é fundamental. Para alcançar este objetivo, o estudante deve se preocupar em ler bastante e de tudo um pouco. "O candidato deve conhecer sobre temas variados. A leitura é essencial neste processo. Obras clássicas, jornais, revistas, livros contemporâneos e até gibis auxiliam na aprendizagem de assuntos diferentes e no enriquecimento do vocabulário, o que, conseqüentemente, enriquece o texto", afirma.
Na opinião de Chociay, deixar a preguiça de lado e trabalhar em cima de textos é outra dica preciosa. "Tão importante quanto a leitura é a prática da escrita. Somente com o treino é que o estudante consegue melhorar seu texto", opina. Ele aconselha o estudante a fazer mais redações do que o número pedido pelas escolas ou cursinhos. "O candidato deve se forçar a escrever sobre temas variados e pedir para alguém corrigir ou ler seu texto. Mesmo quem tem talento, se não praticar, fará uma redação ruim", opina o autor.
A coordenadora da prova de redação do vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Meirélen Salviano Almeida, acrescenta que o aluno deve estar atento à objetividade do texto. "O estudante precisa seguir os padrões da norma culta e apresentar as idéias desenvolvidas de forma clara. Enrolar só dificulta o bom desenvolvimento dos argumentos e o aluno pode comprometer sua nota", afirma.
Segundo Meirélen, a redação avalia a capacidade do estudante de se expressar de forma acadêmica. Por esse motivo, a universidade é rígida em seu processo de avaliação. "A redação é fundamental em qualquer área do conhecimento, não apenas para os cursos de Humanas", explica.
O diretor acadêmico do vestibular da UNESP, Fernando Dagnoni Prado, complementa que a dissertação é a forma de comunicação usada durante todo o curso de graduação. Daí a importância de testar, já no vestibular, a capacidade de articulação de idéias do candidato por meio da dissertação. "Jargões e 'narizes de cera' devem ser evitados. Esses recursos só ocupam espaço e não acrescentam nada ao texto", afirma.
Dissertação ou narrativa?
Na hora da redação, algumas universidades oferecem mais de uma modalidade de texto a ser trabalhado, as mais comuns são a dissertação e a narrativa. Para não se confundir na escolha, Meirélen orienta o candidato a optar pela modalidade que mais agrada o estudante levando em conta o tema e sua capacidade individual em desenvolver textos dentro dos padrões de cada uma. Ela lembra, porém, que a banca examinadora será igualmente rigorosa nas diferentes propostas.
"Cada um dos estilos têm suas regras. A banca examinadora é treinada para corrigi-los com a mesma rigidez e analisar os padrões da opção escolhida", afirma. O professor Prado acrescenta que o aluno sabe bem quais são seus pontos fortes e, portanto, está preparado para escolher corretamente. "Se ele teve mais narrações bem-sucedidas durante o Ensino Médio ele deve fazer essa escolha. Um formato não é mais fácil que o outro", garante ele.
Após optar pelo modelo de texto, o candidato deve prestar muita atenção às regras da modalidade eleita. "A dissertação parte da proposta de um tema que deve ser desenvolvido em uma linha de coerência. As idéias utilizadas devem mostrar as possíveis posições que podem ser tomadas e a conclusão deve estar de acordo com os argumentos desenvolvidos", ensina Prado.
Para Chociay, se o candidato optar pela narrativa ele deve ter em mente a importância da coerência do desenrolar da história. "A narrativa deve ser bem pensada. Precisa de começo, meio e fim. Muitas vezes, pode ser até mais difícil do que construir um texto argumentativo", ressalta. Prado complementa que neste formato de redação, não podem faltar personagens que se relacionem em torno de um conflito. "Se o candidato destacar um objeto no começo da narração, algo deve acontecer com ele até o final da história", explica.
Fuja dos erros!
Na dúvida sobre como escrever, não arrisque levar textos prontos no dia do exame. Segundo Chociay, há casos em que o aluno leva um texto padrão para copiar a estrutura dentro de outro tema e perde completamente o foco da argumentação. "Se o candidato levar uma redação pronta, ele fatalmente irá usar sua estrutura e correrá o risco de se desviar do tema a ser abordado", diz.
Na opinião de Chociay, outro risco acontece quando o vestibular permite narrativas. Alguns candidatos tentam imitar o estilo de escrita de um escritor famoso e se dão mal por isso. "O estudante deve se lembrar que o escritor levou anos para aprimorar seu estilo e que ele não será bem-sucedido ao tentar copiá-lo", explica.
O título é outro ponto de dúvidas e onde muitos alunos pecam na redação. Afinal, é obrigatório ou não fazer o título? Há vestibulares em que ele não é obrigatório. A prova da Unicamp, por exemplo, quando não cita a obrigatoriedade do título no enunciado do exame, não desconta pontos do estudante. "Se o título não é pedido no enunciado da prova, é uma opção do candidato colocá-lo. Isso não vai tirar pontos do aluno", explica Meirélen.
Chociay, por sua vez, aconselha o candidato a usar título mesmo quando ele não for obrigatório. "O título resume a idéia a ser trabalhada no texto e estimula a curiosidade do leitor", afirma. Por ser uma peça chave do texto, Chociay acredita que o título deve ser muito bem escolhido, não pode ser óbvio. "O título precisa chamar a atenção. Usar um título genérico é o mesmo que um convite para que a banca não se interesse pelo texto," opina ele.
Por fim, revisão é fundamental. Para os especialistas, não há dúvida de que erros gramaticais na versão final de uma redação comprometem o sucesso. Chociay recomenda ao candidato fazer um rascunho da redação e só depois de muita revisão entregar a versão final do texto. "Há espaço para isso no material dado no dia do vestibular e também há tempo para passar o texto a limpo. Na revisão, o aluno encontra erros gramaticais que devem ser corrigidos. Por isso, o candidato deve fazer o rascunho, ler, reler, passar a limpo e ler novamente. Assim ele pode consertar todos os erros que deixou para trás", diz.
O Universia foi a campo descobrir quais as principais dúvidas dos vestibulandos em relação ao tema redação. Três estudantes do cursinho Objetivo, em São Paulo, elaboraram suas perguntas que foram respondidas pelo professor aposentado da UNESP (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), autor do livro "Redação no vestibular da UNESP: a dissertação", Rogério Chociay.
Qual a melhor forma de dividir os parágrafos de uma dissertação?( Renan Delacqua Cont) | ||
Qual o formato da dissertação em prosa? Ela pode ser usada na redação do vestibular? ( Vinicius Bernardes Seabra) | ||
É válido dar a opinião política na dissertação? (Paulo Figueiredo) | ||
O que vai rolar: conhecendo a UFRJ.
O Evento |
O evento tem se esforçado ano a ano para crescer não apenas em número de visitantes, mas também na forma de mostrar a esse público como é a vida universitária que aguarda esses futuros calouros. Tudo para que alunos e alunas de escolas públicas e privadas possam ter um maior contato com o lado de dentro da universidade e trocar diretamente com estudantes de graduação, professores(as) e técnicos(as) da universidade. Toda a programação acontece na Escola de Educação Física e Desportos - Avenida Carlos Chagas Filho, 540, Cidade Universitária - Ilha do Fundão.
CREDENCIAMENTO A partir da 7:30h as escolas e instituições já podem credenciar os seus estudantes e responsáveis para ter acesso à área do evento. Cada visitante recebe uma pasta com a programação do evento e uma pulseira de identificação.
ABERTURA O evento começa às 8h30, com uma palestra de abertura.
ESTANDES Em estandes dedicados aos cursos de graduação o visitante pode conversar com estudantes de graduação da universidade e ter contato com várias informações sobre os cursos, através de fotos, vídeos, apresentações de trabalhos práticos e do diálogo direto.
PALESTRAS Das 10h às17h, coordenadores(as) e professores(as) de todos os cursos de graduação se revezam em oito espaços, apresentando seus cursos e respondendo a perguntas dos visitantes, explicando e detalhando um pouco mais o que cada uma das carreiras significa e abordando temas como mercado de trabalho, opções de pesquisa e de extensão, permitindo uma visão mais ampla de cada área.
ATIVIDADES CULTURAIS Em paralelo, o evento traz uma programação cultural elaborada exclusivamente por estudantes, professores(as) e técnicos(as) da UFRJ, como uma pequena amostra sobre o que a universidade produz na área da cultura. |
Conto e crônica
Seguem dois textos: Um conto de Clarice Lispector e uma crônica de Luís Fernando Veríssimo, já que estamos estudando esses gêneros literários. Uma galinha - Conto Clarice Lispector Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã. parecia calma. desde sábado encolhera-se num cante da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio. Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vôo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou – o tempo da cozinheira dar um grito – e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro vôo desajeitado, alcançou o telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão de rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais intima que fosse a presa o grito de conquista havia soado. Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre. Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como. o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou. Entre gritos e penas, ela foi presa. em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só a menina estava perto e assistiu tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos: Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! ela quer o nosso bem! Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre nem triste, não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se com certa brusquidão: – Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida! – Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros. Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: "E dizer que a obriguei a correr naquele estado!" A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas capacidades: a da apatia e a do sobressalto Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado. uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho – era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos. Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.
Clarice Lispector, Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima. |